No primeiro final de semana de maio, dias 2,3 e 4, realizou-se em nossa cidade a 4ª FLIBEZ – Festa Literária de Bezerros, e muito se divulgou através de algumas redes sociais, blogs de notícias, e rádios locais sobre o respectivo evento, e sobre a movimentação na cidade de visitantes de outros municípios e de Bezerros. Em entrevista para o Bezerros Hoje, o idealizador e um dos organizadores do evento, Lunas Costa, nos contou mais sobre a FliBez, e as expectativas para a próxima edição da Festa Literária. Acompanhe:

1 – Lunas, para você como idealizador do evento, qual a inspiração para a criação da Festa Literária em Bezerros e a importância cultural que ela tem para o nosso município?
Desde 2015 que eu promovo eventos culturais, antes eu realizava apenas eventos para técnicos em prótese dentária, tive a oportunidade de cooperar no lançamento de livros de algumas pessoas, porém, apesar de ter material escrito, eu nunca publiquei o que escrevia. Durante a pandemia do covid-19 em 2020, eu tive “tempo e foco” para escrever o meu primeiro livro: Um assassino em minha vida – Você sabe o valor da vida? Em 2022, quando aos poucos retornávamos com os eventos presenciais eu convidei algumas pessoas do meu convívio, para juntos celebrarmos a literatura, em um evento que não tivesse o foco na venda e compra de livros, porém no encontro entre autores e leitores, atenção ao processo criativo literário e como fazer a obra ser lida e compreendida pelo leitor. Logo, escritores(as) de outras cidades se ofereceram para mostrar os seus trabalhos aqui também. Percebemos a importância da FLIBEZ no município quando vemos que ela estimula quem já produziu algo a não parar, quem não tinha lançado seu livro ou cordel, querer publicá-lo, quando percebemos a disponibilidade dos artistas em mostrar a sua arte como o frevo e a dança, a cantoria de viola e outras expressões artísticas. Além disso a FLIBEZ entrou no eixo estadual de eventos literários, não apenas por ser citado onde o assunto é literatura, mas principalmente pela presença de pessoas de várias partes do estado em nosso evento.
2- Vimos que a 4ª edição da FLIBEZ teve incentivo da PNAB – Política Nacional Aldir Blanc. Foi difícil ser contemplado pela Lei Aldir Blanc nessa categoria de evento?
Para sermos contemplados, foi necessário elaborar um projeto, seguindo as regras do edital, o que não é fácil, porém, o que mais nos surpreendeu foi termos o projeto aprovado de imediato, sem precisar recorrer. Talvez por ser único no seu formato literário e multicultural, aqui no Agreste Pernambucano, e também termos realizado 3 edições, os pareceristas a SECULT – PE (Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco), perceberam que era importante aprovar o incentivo para o nosso evento.
3- E como tem sido a realização do evento nos anos anteriores sem incentivo financeiro?
No quesito de capital humano, sempre é tranquilo pois o evento é feito por pessoas maravilhosas, que se dispõem como voluntárias. Porém em relação ao financeiro, os 3 anos anteriores foram dramáticos: No primeiro ano paguei as despesas com a venda de uma rifa de uma cesta de livros, no segundo ano consegui 10 patrocinadores de R$ 150,00 reais e o restante dos recursos das despesas vieram graças a doações através de um pix solidário, já no terceiro ano, como eu estava acompanhando minha mãe internada, não consegui articular uma forma de arrecadar fundos, e o evento foi custeado com meus recursos financeiros. Não foi fácil.

4- Na edição da 4ª FLIBEZ além do incentivo da PNAB Estadual, você contou com outros parceiros ou patrocínios?
Não tivemos nenhum patrocinador. Por outro lado, tivemos o apoio importante do Colégio Radar, da Mentrix, da AFABE, também da ALAOMPE, do canal Sobretudo TV , do grafiteiro e tatuador Denis Estevam e da Secretaria Municipal de Turismo e Cultura.
5 – Além de ser Protético, você é Escritor, Produtor Cultural, e ano ado tornou-se Agente Territorial de Cultura – MinC. Como foi o processo para essa nomeação e o que ela representa?
Em 2024, o Governo Federal, através do Ministério da Cutura abriu um edital para selecionar 601 pessoas em todo o Brasil, que tivessem atuação comprovada na área de produção cultural. Foram mais de 4.900 produtores(as) que se inscreveram, e após cerca de 5 meses de uma seleção com diversas etapas, eu consegui estar listado entre as 24 pessoas qu forma o time de Agente Territorial de Cultura de Pernambuco. No momento estamos recebendo formação continuada à distância, ministrada pelo Instituto Federal do Rio Grande do Norte, para auxiliarmos os Comitês de Cultura no desenvolvimento cultural e territorial em nossas localidades. O Agente Territorial de Cultura, ou ATC, terá a função de mapear as ações e os fazedores de cultura, faliciltar a comunicação e a mobilização social entre o Ministério da Cultura do Governo Federal e a comunidade local, através do Comitê de Cultura. Para mim que em 2025 completo 10 anos de atuação como produtor cultural, ter essa trajetória reconhecida através de uma seleção muito disputada, para representar não apenas a cidade de Bezerros, mas também uma parcela da Região Agreste, é algo que alegra o meu coração.
6 – Você acredita que o fato de ser Agente Territorial de Cultura – MinC, ajudou no processo de aprovação do projeto da 4ª edição da Flibez para incentivo da PNAB Estadual?
Sim. Creio que sim. Ser Agente Territorial de Cultura é antes de mais nada ser produtor cultural, é provar que tem habilidade para conduzir festivais como a 4ª FliBez. E creio que colocar essa função no meu currículo foi muito relevante.
7- De acordo com a programação desta edição da FLIBEZ, como você avalia o evento?
Vamos começar falando sobre as dificuldades, que eu acho que foram duas: A primeira foi o feriadão que aparentemente tirou muita gente da cidade, e a segunda o calor fora do comum para o mês de maio, que também inibiu as pessoas até das atividades na praça, isso fez com que apenas no sábado a tarde tivéssemos lotação máxima no evento. Porém, a programação desse ano foi intensa, sem dúvida nenhuma, não houve brecha para monotonia no nosso evento.
Nos três dias do evento foram realizados 9 Painéis Literários, 1 solenidade para duas homenagens, 6 lançamentos de livros, 3 palestras na Tenda Livros & laços, 2 recitais poéticos, 4 apresentações para o público infantil (Contação de Histórias), 4 palestras na Flibez Virtual, 4 apresentações musicais na Tenda Livros & Laços, 5 Cidades contempladas com a FLIBEZ Itinerante, shows de rock, exposição de bonsai, 1 Cortejo de Carnaval, reunindo o Balé Popular Papanguarte, Grupo de Dança Folopular, orquestra de frevo, Troça Carnavalesca O Urso de Vocês, Grupo de Pagode “Tô Xegano”, e o Grupo Percussivo Batuque Agreste. Por isso a FLIBEZ tem uma grande importância cultural e literária no município e região Agreste, e sem dúvida a avalição é positiva.

8- Na programação da 4ª FLIBEZ aconteceram também a FLIBEZ Virtual e FLIBEZ Itinerante. Qual diferença entre elas?
A “FliBez Virtual” nasceu o ano ado e aconteceu uma semana antes da 4ª FliBez presencial, ela tem o objetivo de levar para as pessoas em casa um pouco do que acontece no nosso evento, através de painés transmitidos pelo canal Bistrô do Matuto no Youtube. Você, caro(a) leitor(a), pode conferir no nosso canal.
A “FliBez Itinerante” foi uma iniciativa exitosa, onde conseguimos levar para escolas públicas das cidades de Caruaru, Toritama, Gravatá e Palmares, um pouco do que acontece na FLIBEZ presencial, com seus painéis, saraus poéticos e apresentações musicais. Em breve estaremos no município de Camocim de São Felix, levando essa experiência literária para nossos vizinhos.
9 – O que o público pode esperar para a 5ª edição da FLIBEZ em 2026?
O evento tem chamado a atenção do estado, e isso faz com haja o interesse de muita gente querendo efetivar parcerias conosco, então para 2026 provavelmente teremos uma feira do livro, e também a presença de um cantor e escritor com trajetória reconhecida nacionalmente. Vamos aguardar, porém 2026 promete…
Da Assessoria – Entrevista realizada pela Colunista Mariana Helena de Jesus